Pesquisando no repositório das piores ideias da humanidade1, não é raro encontrar a seguinte frase: “A pobreza importa. A desigualdade, não.” Aparentemente, tem gente que acredita nisso. Vou mostrar o quanto isso é estúpido. Considere a sociedade A, cuja renda média é $500.10 e o índice de Gini é 0.400. Vejamos a distribuição cumulativa. Agora considere a Sociedade B, produzida a partir de \(n\) transferências regressivas para o indivíduo mais rico de modo que os demais indivíduos não-pobres estejam quase na linha de pobreza.

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Atualização (21/12/2019): refiz todas as análises usando a nova definição de renda domiciliar per capita e seu respectivo deflator. Interrompendo o meu hiato de alguns meses, resolvi voltar com uma comparação os dados de renda das PNADCs anuais 2016-2017. No entanto, vamos falar um pouco da desigualdade em geral e, então, partir para uma questão mais específica: pobreza na infância1. Mas, antes de tudo, um aviso: Todos as estimativas a seguir foram feitas por mim.

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Atualização (21/12/2019): refiz todas as análises usando a nova definição de renda domiciliar per capita e seu respectivo deflator. Na última quarta (29/11), o IBGE finalmente apresentou as estimativas relativas aos rendimentos de todas as fontes, além de disponibilizar os microdados para os cálculos. Ok, mas o que isso quer dizer? Aguardei ansiosamente1 para saber como as coisas irão funcionar com o fim da PNAD anual e introdução da PNAD Contínua.

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Guilherme Jacob

Manauara.
Doutorando em População, Território e Estatísticas Públicas (ENCE/IBGE).
Bacharel em Direito e Economia.

Rio de Janeiro, Brasil